Tá
TUDO errado!
Pensar que todas as manifestações e pedidos enviados ao Senado foram em vão é revoltante. Mais ainda é constatar que a classe médica continua detentora de grande influência e poder, já que sozinha conseguiu passar por cima de todos os demais profissionais de saúde que se uniram pra evitar a aprovação de um projeto de lei que nos submete a eles.
Tente marcar uma consulta com um psicólogo através de um plano de saúde. Você não consegue, tem que ter o encaminhamento de um psiquiatra, que é quem avaliará se você necessita de atendimento psicológico. É o ato médico acontecendo antes mesmo de aprovado. E há quem diga que não vai interferir na vida dos demais profissionais de saúde, que é apenas regulamentação das atribuições médicas.
É tudo jogo de poder, só não vê quem não quer.
"A
atenção à saúde deve continuar sendo realizada pelo conjunto de profissões
da saúde, garantindo ao usuário do SUS a atenção multiprofissional e
interdisciplinar e o direito a uma atenção à saúde que leve em conta as
diversas determinantes dos processos de saúde e doença. [...]
O
PL do Ato Médico engessa o trabalho multiprofissional e interdisciplinar na
saúde. Quem sai ferido é o usuário." Conselho
Federal de Psicologia
Tente marcar uma consulta com um psicólogo através de um plano de saúde. Você não consegue, tem que ter o encaminhamento de um psiquiatra, que é quem avaliará se você necessita de atendimento psicológico. É o ato médico acontecendo antes mesmo de aprovado. E há quem diga que não vai interferir na vida dos demais profissionais de saúde, que é apenas regulamentação das atribuições médicas.
É tudo jogo de poder, só não vê quem não quer.
"A atenção à saúde deve continuar sendo realizada pelo conjunto de profissões da saúde, garantindo ao usuário do SUS a atenção multiprofissional e interdisciplinar e o direito a uma atenção à saúde que leve em conta as diversas determinantes dos processos de saúde e doença. [...]
Fonte: rogeliocasado.blogspot.com |
Comissão aprova projeto que define ações exclusivas de médicos.
A
Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, nesta quarta-feira, o
projeto de lei que define as ações exclusivas de médicos, o chamado "Ato
Médico". A proposta é polêmica e coloca em lados opostos médicos e outros
profissionais da área de saúde.
O texto
ainda será analisado por mais duas comissões da Casa antes de seguir para
sanção da presidente Dilma Rousseff.
A
proposta regulamenta e especifica a profissão do médico. Define, por exemplo,
que apenas médicos estão autorizados a diagnosticar doenças, a prescrever e
realizar cirurgias e comandar serviços médicos.
Por
outro lado, exclui da lista de restrições atos que podem ser feitos por outros
profissionais, como a coleta de material biológico para análises laboratoriais
e aplicação de injeções já prescritas pelo médico.
O texto
foi motivo de muita polêmica nos últimos anos, criticado pelos demais
profissionais de saúde, que temem o esvaziamento de suas funções e a formação
de uma reserva de mercado. Os médicos minimizam as críticas e argumentam que só
querem garantir os preceitos da profissão: o diagnóstico e o tratamento de
doenças.
O
relator da matéria, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), fez modificações
no texto para apaziguar as críticas. Por exemplo, a retirada de trechos que
davam exclusividade ao médico para realizar a emissão de diagnósticos
citopatológicos --demanda dos farmacêuticos-- e para fazer diagnósticos
funcionais e cinésio-funcionais --demanda de fonoaudiólogos e fisioterapeutas.
ENGENHARIA
LEGISLATIVA
Segundo
Valadares, todas as competências das demais profissões de saúde foram mantidas.
"Fiz um verdadeiro trabalho de engenharia legislativa e política para
conseguir esse relatório e obter o maior número de apoios. Recebi apoio de
todos os segmentos, à exceção dos fisioterapeutas, que manifestaram alguma
preocupação."
Pelo
fato de o texto ter começado a tramitar no Senado e ter sido alterado pela
Câmara, em nova análise os senadores só podem ou acolher a versão dos
deputados, fazer modificações de redação, rejeitar trechos ou retomar a versão
original do projeto. Não podem incluir novas questões.
Ex-ministro
da Saúde, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o texto restringiu
indevidamente determinados atos aos médicos.
"Em
muitos casos, o psicólogo pode diagnosticar sem problemas uma neurose simples,
uma depressão. E pode fazer uma psicoterapia. O drama do senador Valadares é
que, depois de ter passado na Câmara, ou restabelecemos o projeto original
--ele é ainda mais restritivo-- ou ficamos com o da Câmara, que é um exemplo de
reforço ruim do corporativismo (...) As demais profissões não podem ver como
derrota ou vitória, é o possível de se fazer nesse momento. Acho que se
restringiu muito ao médico uma série de coisas que podem ser feitas por outras profissões",
ressalvou.
A
senadora Marta Suplicy (PT-SP) citou novamente a psicologia e afirmou que fará
alterações nas próximas comissões.
"Em
relação aos psicólogos, que é minha profissão, tem um artigo que trata do
diagnóstico nosológico [de doenças] e da prescrição, é complicado isso, porque
o psicólogo também faz diagnóstico nosológico, ele não faz medicação. Acho que
vai atrapalhar bastante a profissão do psicólogo. Na CAS [Comissão de Assuntos
Sociais] certamente vou fazer outra proposição", disse ela.
A
senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), relatora do projeto em sua primeira passagem no
Senado, assumiu que esse não é o texto "ideal, mas o possível".
"Médicos e outros profissionais da saúde tiveram que ceder para que
chegássemos a esse substituitivo."
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1045724-comissao-aprova-projeto-que-define-acoes-exclusivas-de-medicos.shtml
Por Patty Chaves e Gel Aquino
Por Patty Chaves e Gel Aquino